Blog do Jamildo
Quase quatro meses após terem eleito Fred Gadêlha (PTB) como prefeito, os moradores de Goiana, na Zona da Mata Norte, guardam a expectativa de ver as mudanças prometidas para a cidade. Entretanto, embora ainda não tenham notado ações efetivas, são unânimes ao entender que a gestão anterior, de Henrique Fenelon (PCdoB), foi uma das piores que já passaram pelo município, provocando dificuldades para o novo governo.
"A cidade estava esquecida. Não vi muita coisa, mas acho que só vai dar para sentir mesmo daqui a um ano", prevê a balconista Rúbia Tomé, 38 anos.
A dona de casa Edida Maria da Silva, 52 anos, viu o filho de 26 ter que trancar o curso de engenharia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) porque não tem transporte para o Recife. "O novo prefeito prometeu que ia colocar ônibus de graça, mas ainda é pago", conta.
Fred diz que a herança que recebeu engessou suas ações no começo do governo. Inicialmente, trata de colocar a máquina em ordem e cuidar de questões essenciais, como saúde. "Quando eu cheguei na Prefeitura os postos de saúde nem band-aid tinham. Na primeira semana encontrei um senhor e ele me agradeceu porque um remédio que nunca tinha chegou. Também pagamos mais da metade dos salários de novembro e dezembro que estavam atrasados, fizemos uma força-tarefa na limpeza urbana e conseguimos quatro ônibus para reforçar o transporte escolar no ensino fundamental", relata.
Com menos de três meses como prefeito, em fevereiro, Fred enfrentou a primeira greve de servidores. Guardas municipais e agentes de trânsito paralisaram as atividades por três dias de Carnaval porque o petebista cortou gratificações, por causa do aperto nas finanças. O salário dos agentes caiu de uma média de R$ 1.300 para R$ 600. A situação foi contornada com a devolução de alguns benefícios e a remuneração, hoje, fica perto dos R$ 900.
De acordo com o petebista, o programa de governo está em fase de maturação, até porque a Lei Orçamentária Anual (LOA), feita pela gestão anterior, impossibilita o cumprimento de algumas promessas.
"Foram seis anos e sete meses de descaso [do governo passado]. É comum que as pessoas estejam esperando mais do que possamos dar neste momento", avalia.
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