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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Projeto de Contenção do Mar em Paulista

O município de Paulista passará a contar com um plano específico de gestão integrada para regular o uso e a ocupação do solo na área costeira. É o passo seguinte à adesão ao Projeto Orla, do governo federal, firmada em julho deste ano. Uma varredura será feita nos 12 quilômetros da costa para identificar problemas de natureza variadas. O plano deve se tornar lei em março do próximo ano e passará a nortear as ações, fixando multas e processos ambientais para quem desrespeitar as regras. Até sexta-feira, o Ministério da Integração Nacional também deve liberar R$ 14 milhões, que serão usados para  conter o avanço do mar em trechos críticos da orla da cidade.

Uma área de 300 hectares da faixa litorânea de Paulista, o equivalente a 300 campos de futebol, será vistoriada por 60 técnicos. Em largura, a área-alvo fica entre o mar e a Avenida Cláudio Gueiros Leite. Cinco equipes farão visitas por terra e outra fará vistorias por mar, a bordo de um catamarã. A previsão é que até o fim da semana os técnicos tenham uma radiografia atualizada da situação da orla, identificando novos trechos atingidos pela erosão marinha. O avanço do mar é apontado pelo secretário de planejamento, Jorge Carreiro, como um dos problemas mais graves de Paulista.

As equipes avaliarão se muros e píeres estão dentro dos limites permitidos. A coleta de resíduos sólidos e o descarte do esgoto também serão vistoriados. “A nossa ideia não é criar um documento coercitivo, mas sim uma proposta de reeducação”, acrescentou o secretário Jorge Carreiro. Na prática, a elaboração do plano de gestão integrada só deve começar em fevereiro, após a apresentação à sociedade.

Ontem, o prefeito da cidade, Ives Ribeiro, classificou o novo plano de gestão como complexo, mas necessário. “Não é um projeto fácil, mas fundamental à sociedade. Precisa ser feito com cuidado. Iremos respeitar o meio ambiente”, explicou. “Fazemos a sensibilização para que exista adesão dos municípios. As cidades passam a ter segurança maior na liberação dos repasses”, garantiu o chefe da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) em Pernambuco, Paulo Ferrari.

Um dos locais mais afetados pelo avanço do mar fica no cruzamento da Avenida Beira-mar com a Rua Betânia, no Janga. Lá, o Bar do Bebeto ameaça fechar as portas. Desde a sua fundação, há 25 anos, a dono já recuou a barraca em 50 metros. “Nos últimos anos tivemos uma queda de 80% no número de clientes”, garantiu o proprietário José Roberto da Silva, de 55 anos. Com o projeto,  Paulista se tornará o terceiro município da Região Metropolitana do Recife a contar com mapeamento nestes moldes. O Cabo de Santo Agostinho já possui o plano desde 2007 e Itamacará há um ano. Recife fez a adesão, mas ainda não criou o plano.
Cinco paredões serão erguidos

Paulista tem, hoje, cinco pontos críticos de avanço do mar. Todos ficam no Janga, bairro que reúne 50% da população total da orla de Paulista, ou 40 mil moradores. Nos 12 quilômetros da faixa costeira moram 80 mil pessoas. O município aguarda apenas a liberação dos R$ 14 milhões do Ministério da Integração Nacional para assinar a ordem de serviço do projeto de contenção.

A prefeitura pretende erguer cinco grandes paredões de concreto perto do calçadão, em frente ao trecho do mar onde não existam espigões (cada um com 100m de comprimento, 5m de profundidade e 3m de largura). Os paredões ficarão abaixo do nível da areia, com apenas uma das extremidades exposta.

A Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH) já autorizou a construção de três dos cinco paredões. Um convênio de R$ 4 milhões, deverá ser fechado com o Ministério da Integração Nacional para se utilizar uma tecnologia chamada de bagwall e conter o avanço do mar em frente ao Forte de Pau-amarelo. O local foi atingido pela ressaca de agosto. A tecnologia utiliza grandes bolsas para evitar o avanço do mar.


DP

2 comentários:

  1. Nós temos uns dos melhores litorais de Pernambuco,sim,é uns dos melhores sim!!!! Entre Jaboatão,Recife e Olinda,nossa Orla é a maior de todas três,além de ser a maior,temos também o Rio Paratibe,que se fizerem um bom trabalho nele e seus afluentes, poderíamos usa-lo como passeio de barco,tipo CATAMARÃ,assim como é feito em Recife,e na Orla que começa na ponte do Janga até Maria-Farinha,também poderia usa-la como passeio turístico,e aproveitando,como transporte alternativo,Já que é praticamente uma reta,até Recife,bem,só são ideias, poderíamos usa-las ou não!!! Só falta vontade politica,como sempre!!! Outra coisa,nossa Orla está livre de ataques de tubarão,já que por enquanto,não ouve,uma degradação ou impacto ambiental,assim como ouve com Recife em SUAPE, poderíamos usar isso para atrair mais turistas,um estudo sério e investimentos na Orla,assim como a conscientização dos moradores da areá sobre a importância de se conservar,chegaremos lá........Temos uma Orla que não devemos nada à ninguém,vamos lutar por ela!!!!

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  2. Se não houver fiscalização durante e após as obras de pouco adiantará as "propostas de reeducação". O povo, e imobiliárias, continuarão tentando ocupar espaços proibidos.
    Essa fiscalização deverá começar na aplicação das verbas, já que desvios tornaram-se corriqueiros nesse país, atuar na implementação do projeto e continuar após a construção, preservando suas funções de defesa.
    Realmente, dependemos de vontade polítca. Tão perigoso quanto o avanço do mar.

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