Depois de dez anos fechada, a Igreja de São João Batista dos Militares,
no bairro do Amparo, em Olinda, voltou a abrir as portas, neste domingo
(24), aos fiéis. A data não poderia ser mais apropriada: o dia de São
João. Foram anos de abandono até jovens da comunidade serem treinados
para participar da reforma. Um espaço não só de religiosidade, mas que
também faz parte da história pernambucana.
A falta de manutenção, aos poucos, foi destruindo esse patrimônio do
século XVI. Um dos únicos edifícios de Olinda que resistiram ao incêndio
provocado pelos holandeses em 1631. Nem missa era mais celebrada no
local.
Em maio de 2009, parte do teto desabou. Os cupins faziam a festa e as
ferragens estavam expostas. O jeito foi escorar e cobrir a igreja de
forma provisória até as obras de restauração.
Elas só começaram em dezembro de 2010. O dinheiro, R$ 833 mil, veio do
Programa de Aceleração do Crescimento para as cidades históricas. Mas
tudo atrasou. O recomeço foi em janeiro do ano passado dentro de um
projeto especial: a obra-escola. Vinte jovens da paróquia foram
capacitados. Fizeram cursos de alvenaria, carpintaria, pintura e
trabalhos com ferro e pedra. “Não só serve para que eles se envolvam com
a própria restauração do edifício, mas também que a gente possa
multiplicar essas profissões que são tão raras e que estão se acabando
durante o tempo. Então, já tem gente empregada, trabalhando em outras
restaurações de outros monumentos”, disse o superintendente do Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Frederico
Almeida.
Depois de quase um ano e meio de obras, a Igreja de São João Batista
dos Militares está pronta. Telhado, o coro, altar, as colunas de pedra,
pintura e tudo aquilo que a gente não pode ver como a recuperação da
rede elétrica. Dona Idalice adorou e já pagou a promessa que havia
feito. “No dia em ela caiu o primeiro pedaço, eu prometi a São João
Batista que ía fazer uma muda de palmeira e no dia que reabrisse eu
doava”, contou a dona de casa Idalice.
Uma missa celebrada pelo arcebispo de Olinda e Recife marcou a reabertura da igreja. “Foi um apelo da comunidade. Um dia realmente muito significativo, uma festa muito popular e nós nos alegramos muito por termos conseguido realizar essa benção”, comunicou Dom Fernando Saburido.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário