“Esta ciranda quem me deu foi Lia, que mora na Ilha de Itamaracá.” O verso da mais famosa canção do gênero apresentou a pernambucana Maria Madalena Correa do Nascimento a brasileiros de outras regiões. Aos 68 anos, a cantora, patrimônio da cultura popular nacional, levou seu canto e sua dança para o exterior ao fazer apresentações em Paris, em Berlim e em Lisboa.
A Brasília, Lia veio algumas vezes e na, última delas, em 1º de janeiro do ano passado, participou da festa da posse da presidente Dilma Rousseff, na Praça dos Três Poderes. De volta à cidade, nesta quinta às 21h, ela ocupa o palco da Sala Villa-Lobos (antes, será a vez do grupo brasiliense Marafreboi mostrar seu trabalho); e sexta, no mesmo horário, estará no Ginásio de Sobradinho, ao lado do grupo Luz do Samba. Em ambos os locais, a entrada é franca e os ingressos serão distribuídos hoje a partir das 14h, no foyer do Teatro Nacional Claudio Santoro.
Lia sempre morou em Itamaracá, ilha distante 35 quilômetros de Recife. Aos 12 anos, começou a participar das rodas de ciranda. O apelido lhe foi dado por Teca Calazans — artista pernambucana radicada na França — em 1960. A ciranda que fala dela foi divulgada nacionalmente pelo grupo Quinteto Violado, durante turnê nacional do show A feira, apresentado em Brasília em meados da década de 1970, no Ginásio do Colégio Marista.
Merendeira de profissão, Lia assumiu definitivamente o ofício de cirandeira em 1977 ao lançar o LP A rainha da ciranda. Mas, por 20 anos, suas apresentações ficaram restritas aos moradores de Itamaracá e aos turistas que visitavam a ilha. Ao tomar parte no festival Abril Pro Rock, em 1998, encantou os espectadores com seu vasto repertório que inclui também coco e maracatu.
World music
A repercussão do trabalho a levou a gravar o CD Eu sou Lia, lançado em 2002, pelo selo Ciranda Records. O álbum de canções arranjadas com tarol, surdo e instrumentos de sopro foi lançado na França e nos Estados Unidos, onde ganhou a classificação de world music. A cantora chegou a gravar uma faixa do disco Rádio samba, da banda Nação Zumbi, ícone do mangue beat.
Outro representante do movimento, o cantor e compositor Ortinho gravou o rock Ciranda de Lia, que traz a letra: “Lia, essa ciranda quem me deu foi você/ E o que eu mais queria era te agradecer/ Com uma canção de amor cheia de alegria/ Com esse calor de cirandar de dia/ Mas que está difícil demais de arrancar um sorriso/ Da cara do povo/ Tá difícil uma roda de amigos difícil demais cirandar de novo”.
“Agora me apresento no Centro Cultural Estrela de Lia, na Praia de Jaguaribe, em Itamaracá. Consegui comprar o espaço com a ajuda de amigos”, conta a cirandeira, que possui o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. “Meu sonho é gravar um DVD. Tenho a ideia na cabeça. Quero registrar tudo, pois os turistas, os veranistas, que vêm me ver aqui em Itamaracá me carregam no coração deles, mas não têm à disposição o registro do canto e da dança da ciranda para levar com eles”, revela.
Nos shows pelo 1º Festival Internacional de Artes de Brasília, Lia vai interpretar canções como Eu sou Lia, Preta cirandeira, Cirandeira pela praia, Moça namoradeira e, claro, o clássico Cirandeira. “Brasília é uma cidade bem diferente, moderna, onde sou sempre bem recebida pelas pessoas, Isso para o artista é muito importante. Estou feliz por ter sido convidada para esse festival”, diz Lia, que, no carnaval pernambucano, vai fazer várias apresentações, inclusive no desfile do Galo da Madrugada.
Lia sempre morou em Itamaracá, ilha distante 35 quilômetros de Recife. Aos 12 anos, começou a participar das rodas de ciranda. O apelido lhe foi dado por Teca Calazans — artista pernambucana radicada na França — em 1960. A ciranda que fala dela foi divulgada nacionalmente pelo grupo Quinteto Violado, durante turnê nacional do show A feira, apresentado em Brasília em meados da década de 1970, no Ginásio do Colégio Marista.
Merendeira de profissão, Lia assumiu definitivamente o ofício de cirandeira em 1977 ao lançar o LP A rainha da ciranda. Mas, por 20 anos, suas apresentações ficaram restritas aos moradores de Itamaracá e aos turistas que visitavam a ilha. Ao tomar parte no festival Abril Pro Rock, em 1998, encantou os espectadores com seu vasto repertório que inclui também coco e maracatu.
World music
A repercussão do trabalho a levou a gravar o CD Eu sou Lia, lançado em 2002, pelo selo Ciranda Records. O álbum de canções arranjadas com tarol, surdo e instrumentos de sopro foi lançado na França e nos Estados Unidos, onde ganhou a classificação de world music. A cantora chegou a gravar uma faixa do disco Rádio samba, da banda Nação Zumbi, ícone do mangue beat.
Outro representante do movimento, o cantor e compositor Ortinho gravou o rock Ciranda de Lia, que traz a letra: “Lia, essa ciranda quem me deu foi você/ E o que eu mais queria era te agradecer/ Com uma canção de amor cheia de alegria/ Com esse calor de cirandar de dia/ Mas que está difícil demais de arrancar um sorriso/ Da cara do povo/ Tá difícil uma roda de amigos difícil demais cirandar de novo”.
“Agora me apresento no Centro Cultural Estrela de Lia, na Praia de Jaguaribe, em Itamaracá. Consegui comprar o espaço com a ajuda de amigos”, conta a cirandeira, que possui o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. “Meu sonho é gravar um DVD. Tenho a ideia na cabeça. Quero registrar tudo, pois os turistas, os veranistas, que vêm me ver aqui em Itamaracá me carregam no coração deles, mas não têm à disposição o registro do canto e da dança da ciranda para levar com eles”, revela.
Nos shows pelo 1º Festival Internacional de Artes de Brasília, Lia vai interpretar canções como Eu sou Lia, Preta cirandeira, Cirandeira pela praia, Moça namoradeira e, claro, o clássico Cirandeira. “Brasília é uma cidade bem diferente, moderna, onde sou sempre bem recebida pelas pessoas, Isso para o artista é muito importante. Estou feliz por ter sido convidada para esse festival”, diz Lia, que, no carnaval pernambucano, vai fazer várias apresentações, inclusive no desfile do Galo da Madrugada.
Por Irlam Rocha Lima, do Correio Braziliense
Parabéns Lia....crescí escutando e participando de suas cirandas em Itamaracá, é com muito orgulho que vejo hoje suas conquistas e para todos nós pernambucanos motivo de gloria e alegria.
ResponderExcluirFátima Ramos-Natal