O direito de ir e vir dos moradores do município de Paulista está cada vez mais ameaçado pela bandidagem. Apesar de a cidade ter sido naturalmente presenteada com suas praias que estão entre as mais procuradas do Litoral Norte, para aqueles que moram na localidade o medo e a insegurança vêm sendo a tônica na vida deles. Especialmente durante à noite, quando as vias ficam mais escuras, os criminosos aproveitam para tirar a liberdade dos moradores da região. Quem reside na avenida Arquiteto José Geraldo de Castro Paes, no bairro de Nossa Senhora do Ó, está apavorado com as constantes investidas de criminosos. Nem mesmo dentro de casa, as famílias estão seguras. A via é uma das que corta a PE-22, e também dá acesso à praia de Maria Farinha.
Na madrugada de ontem, a casa de um dos moradores da rua foi invadida por um bandido. O homem aparentava estar armado e tentou sair da residência com alguns objetos que encontrou dentro da residência. Os donos da casa, ao notarem a invasão, acionaram o Centro Integrado de Operações (Ciods) pelo 190 e tiveram o apoio da polícia, que chegou rapidamente. Uma equipe do 17º Batalhão de Polícia Militar foi até o local e conseguiu deter o bandido. Os bens da família foram recuperados e ninguém ficou ferido.
Uma moradora, que prefere não ter o nome identificado, disse que chegou a ouvir o barulho de cadeiras sendo jogadas, por volta da 1h30. “Foi uma gritaria, não tinha como não ouvir. Nosso vizinho chegou a jogar umas cadeiras de plástico para assustar o bandido, mas não teve jeito. Quando a Polícia chegou, o rapaz disse ser inocente e que não queria fazer mal algum”, comentou.
Na mesma rua, durante o feriado de São João, uma outra moradora tirava o carro da garagem quando foi abordada por um criminoso, que simulava estar armado. No entanto, aparentando estar sob efeito de drogas, o rapaz foi surpreendido pela reação da vítima, que conseguiu se desvencilhar dele, correndo para dentro de casa. O ladrão não conseguiu levar nada, a vítima teve alguns ferimentos, mas nada de grave. Numa tentativa de garantir proteção, a maioria das casas da localidade são contornadas por cercas elétricas.
Um comerciante de 52 anos, que também não vai ter o nome revelado, afirmou que mora na mesma casa há 25 anos, mas que já não sente a mesma segurança de antes. “Essa região está cercada por pessoas que vieram de outras comunidades, pessoas estranhas que nunca vimos na vida e acredito que por isso aumentou a criminalidade”, comentou. Ainda de acordo com ele, raramente uma viatura da Polícia Militar passa pela área. “Quando eles passam, é tão rápido que se precisássemos chamá-lo, não conseguiríamos”.
O comandante do 17º BPM, coronel José Hailton Araújo, afirmou que todas as informações fornecidas pelos moradores ajudam no combate à violência. “Temos viaturas que fazem rondas constantemente pelo bairro de Nossa Senhora do Ó. E, em situações extremas, contamos com o apoio dos policiais do Gati (Grupo de Ações Táticas Itinerantes)”, assegurou. Ainda de acordo com o comandante, as denúncias podem ser feitas diretamente no próprio Batalhão, que fica no centro de Paulista, ou pelo telefone 3181-3606. “Essas denúncias nos ajudam a esquematizar melhor as áreas que necessitam de ajuste”.
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